O DIA EM QUE O PODER MUDOU DE MÃOS

Quando era criança tinha um garoto brigão que sempre decidia quem poderia ou não participar das nossas brincadeiras. Ele tinha um poder inexplicável sobre as demais crianças e ninguém ousava questionar suas decisões, por mais absurdas, arbitrárias e infundadas que fossem. Cada semana ele escolhia os seus alvos e parecia ter um prazer sádico em ver todo mundo obedecendo, sem questionar, as suas ordens. 

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Pela primeira vez na história do mundo teremos uma entidade (ou ser) com potencial de inteligência maior do que a de um ser humano com QI acima de 150. Trata-se do que convencionamos chamar de "inteligência artificial".

PENSANDO NA FELICIDADE

Fico pensando na felicidade suprema dos inimigos do Ocidente. Daqueles cujo propósito de vida é apenas subverter e destruir tudo aquilo que eles não conseguem ter. 

O DEMIURGO

Havia uma densa escuridão encobrindo todo lugar, absorvendo até mesmo as sombras mais persistentes. Mãos quase humanas tateavam à procura de algum alento e raramente conseguiam satisfazer suas expectativas sensuais. 

QUARTO SOLIDÃO

Cheguei muito atrasado para o encontro. Nos cumprimentamos com um abraço e beijos no rosto. Era uma reunião importante, mas não conseguia me concentrar no que estava sendo dito. Olhava e via apenas os lábios se mexendo e eu concordava ora com um gesto, ora com algum monossílabo. 

MÁSCARAS

Refleti durante horas sobre qual seria a forma mais adequada de me apresentar ao mundo lá fora. Enquanto isso, uma tristeza persistente e sonora tocava uma melodia chata nos meus ouvidos. Devo admitir que alguns trechos daquela melodia soavam agradáveis, provavelmente devido à minha natureza solitária.

PORTAL

Devo ter atravessado algum tipo de portal. Não me lembro de haver um lugar como esse na minha Cidade. Não faço nem ideia do que significam essas letras e nem para onde elas apontam. De qualquer forma, as pessoas continuam fora do meu alcance. Estendo as mãos, tateando as sombras em busca de algo indefinido. 

FINALMENTE RESOLVI ME LANÇAR AO MAR

 

Finalmente resolvi me lançar ao mar.

Antes tinha tanto medo das ondas que golpeavam as pedras com sua violência desmedida. No entanto, ao caminhar sob o olhar atento das estrelas, percebi que o mar não era a opção mais medonha.

O HOMEM SOLÍFUGO

Acho que me distraí enquanto caminhava para casa. 

Que diabos de lugar é esse? Então esse é o universo infinito que nos cerca e abraça todo ser que vive? 

Talvez esteja apenas perdido no reino do mestre oneiros.