Finalmente resolvi me lançar ao mar.
Antes tinha tanto medo das ondas que golpeavam as pedras com sua violência desmedida. No entanto, ao caminhar sob o olhar atento das estrelas, percebi que o mar não era a opção mais medonha.
Navegando, senti pela primeira vez a brisa marinha com seu cheiro peculiar e um certo gosto de sal. Tentava não olhar muito para o mover das águas, pois isto me dava vontade de vomitar. Por isso, fixei minha atenção em uma estrela de tom avermelhado que piscava alucinada no canto do céu.
De repente, aquela estrela se tornou minha terra. Meu objetivo final. Agora eu sei que haveria de atravessar toda a imensidão daquele mar, tão somente para alcançar minha estrela amada. Naquele dia eu a abraçaria com total sofreguidão, deitando por terra todas as minhas defesas, urdidas com zelo ao longo de décadas.
Acontece que não tinha convicção se ela também estava apaixonada por mim, da mesma forma que eu a amava e buscava sua atenção. É possível que fosse apenas uma ilusão pueril. Onde já se viu uma estrela se importar com uma alma perdida.
Giuliano Fabrício Miotto Borges de Freitas
Acadêmico Fundador da Cadeira nº32
Um comentário:
Enfrentar nossos medos interiores são constantes desafios. Como saber se podemos alcançar as estrelas, se seremos bem recepcionados se o medo ritmar nossos passos????
Leitura prazerosa. Parabéns Giuliano Fabrício Miotto Borges.
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