quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

CRÔNICA AO DENGUE II

O    Dengue,    a   Dengue...   não há consenso estabelecido quanto ao gênero gramatical da palavra, seja entre dicionários, trabalhos médico-científicos, estudiosos da literatura tropicalista brasileira, ou mesmo em publicações da OMS e do Ministério da Saúde. Contudo, apesar da ambiguidade que o envolve, a tendência predominante é de considerá-lo como substantivo feminino.

Ele pode ser ela ou ela pode ser ele, de qualquer forma existe DENGUE.

“Dengue!   Eu?”     Por   que   não?! 

Independe do seu endereço residencial, se você reside em casa ou apartamento, no térreo ou na  cobertura  (não   pense que   somente   pessoas   transitam   pelos elevadores...);  independe do seu “QI”, seja   ele   o   verdadeiro   Quoeficiente   de Inteligência ou o tão conhecido Quem Indica; independe da sua conta bancária, poderá ser substancial ou nem mesmo conta tiver, mesmo assim, você poderá ser   acometido   pela  Dengue.

A diferença   existirá   no momento de  pagar  a conta,   não   podemos   deixar   de mencionar esse parênteses... e se você é um dos milhares de brasileiros que são assistidos   pelo SUS, ainda assim terá despesas   extras   ou,  terá   deixado   de ganhar nos longos 10 dias em média de repouso   necessários   para   o restabelecimento   do   quadro   causado pela Dengue.

Independe de sua religião ou   de   qualquer   credo,    você poderá   ser   acometido   pela  Dengue. 

Pelas Dengues...  Como se não bastasse um  sorotipo viral, já existem 4 deles, o DENV-1, DENV-2, DENV-3   e   o   DENV-4.   Grande parte da população não foi exposta ao DENV-3 e 4. 

As faixas etárias mais suscetíveis são idosos e os que possuem doenças crônicas, como por exemplo, Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial Sistêmica, com risco maior de evolução para um quadro mais grave e complicações que podem levar à morte.

A imunidade   da   Dengue   é   de   longa duração     e   tipo   específico   para   cada DEN.  Se o indivíduo se infectou com o DENV-1   ele   terá   imunidade   contra   o DENV-1.   

Poderá,  portanto,   infectar-se com os outros sorotipos,  com a possibilidade de ser infectada quatro vezes ao longo da vida. 

As infecções seguintes     provavelmente,  não obrigatoriamente,   cursam   com   uma forma mais grave da doença.  Mas nada impede que a forma grave se apresente em uma primeira infecção. Clinicamente   a Dengue   pode apresentar-se   das   seguintes   maneiras: Dengue   Clássico,  Febre   Hemorrágica da  Dengue   (Dengue   Hemorrágica)    e Síndrome do Choque da Dengue.  

A Dengue Clássica pode manifestar-se com hemorragias leves e a ausência de fenômenos   hemorrágicos     na Dengue Hemorrágica  não   impede   tal diagnóstico.  

Há   a   forma   assintomática,  onde   nem mesmo o indivíduo percebe   a doença, estimando-se   que   ocorra   1   caso assintomático   para   cada   5   casos sintomáticos em uma epidemia. Há, ainda, a forma indiferenciada, onde a   sintomatologia   leve   confunde   o quadro   clínico,  principalmente   com gripe, passando  assim, desapercebido.

Há, também, a forma atípica, simulando outras   doenças, como   Hepatite, Encefalite ou Polineuropatias. 

Dengue, Dengue, Dengue,  não   se suporta  mais ouvir  e falar sobre dengue,  e entre tantas complexidades de gênero ou de etimologia, toca a campainha, será a próxima notícia? Será novo DEN? Vacina, talvez?

Nem um, nem outro, mas o amigo que sorridente diz:  está com dengue ou está dengoso?

Dengoso?  Fim da amizade.



Dra Tatiana Guimarães

Acadêmica Fundadora da Cadeira nº60

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