domingo, 1 de dezembro de 2024

PALHAÇA

Todo mundo fala no palhaço,

até o poeta seus versos rima

e só homens tanto estardalhaço

como se fosse deles a sina.


Visto por gente toda com ou sem raiz,

grandes e largos sapatos no picadeiro,

peruca na cabeça, bico no nariz,

ei-lo a divertir o circo por inteiro!


Ah! Quanto se ouve nesta vida,

que enquanto o circo bate palma

o palhaço inda tem a calma

na chegada ou na despedida.


Mas ele ri, pois ainda é o centro,

aquele que gargalha sem sobra

a esconder a lágrima por dentro

e enganando a todos por fora.


Há nele o tremido de dor no soluço

e um soluço de dor nele tremido,

não sabendo o mundo a raiva contida,

coração partido alegria batendo.


É vontade pura forjada no aço

com todos seus amores e suas dores

realidade tortura do palhaço,

um poeta homem com todas as cores.


Porém, inda ninguém versou sem jaça,

a cara íntima da mulher vibrante

que resiste à violência marcante

mesmo considerada e feita palhaça.


Dizer a verdade não me atrevo,

tudo acordar não sei se devo,

nós mulheres todas com direito,

homens todos com muito respeito.


Pensem juntos se não é verdade,

a uns poucos o tudo,

a muitos o nada,

ao homem o circo e a casa,

à mulher a lona, a estrada,

ao homem o riso, a dor, o tudo,

à mulher, palhaça... o nada.


Dra Tatiana Guimarães

Acadêmica Fundadora da Cadeira nº60


4 comentários:

Coronel Divino Alves disse...

Sejabem-vinda Dra Tatiana. Ele espaço é seu! Parabéns pelo texto!

Anônimo disse...

Caro Cel muito obrigada!!!!!!!

HelDam disse...

Bem vinda à AGL-MB.

Anônimo disse...

Muito obrigada!

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA Nº 08 BERNARDO ÉLIS, DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS MILITAR

  Senhoras e senhores, Acadêmicos e Acadêmicas, Ilustres convidados, É com profunda honra e um imenso senso de responsabilidade que ocupo ho...