até o poeta seus versos rima
e só homens tanto estardalhaço
como se fosse deles a sina.
Visto por gente toda com ou sem raiz,
grandes e largos sapatos no picadeiro,
peruca na cabeça, bico no nariz,
ei-lo a divertir o circo por inteiro!
Ah! Quanto se ouve nesta vida,
que enquanto o circo bate palma
o palhaço inda tem a calma
na chegada ou na despedida.
Mas ele ri, pois ainda é o centro,
aquele que gargalha sem sobra
a esconder a lágrima por dentro
e enganando a todos por fora.
Há nele o tremido de dor no soluço
e um soluço de dor nele tremido,
não sabendo o mundo a raiva contida,
coração partido alegria batendo.
É vontade pura forjada no aço
com todos seus amores e suas dores
realidade tortura do palhaço,
um poeta homem com todas as cores.
Porém, inda ninguém versou sem jaça,
a cara íntima da mulher vibrante
que resiste à violência marcante
mesmo considerada e feita palhaça.
Dizer a verdade não me atrevo,
tudo acordar não sei se devo,
nós mulheres todas com direito,
homens todos com muito respeito.
Pensem juntos se não é verdade,
a uns poucos o tudo,
a muitos o nada,
ao homem o circo e a casa,
à mulher a lona, a estrada,
ao homem o riso, a dor, o tudo,
à mulher, palhaça... o nada.
Dra Tatiana Guimarães
Acadêmica Fundadora da Cadeira nº60
4 comentários:
Sejabem-vinda Dra Tatiana. Ele espaço é seu! Parabéns pelo texto!
Caro Cel muito obrigada!!!!!!!
Bem vinda à AGL-MB.
Muito obrigada!
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