sábado, 22 de junho de 2024

MÁSCARAS

Refleti durante horas sobre qual seria a forma mais adequada de me apresentar ao mundo lá fora. Enquanto isso, uma tristeza persistente e sonora tocava uma melodia chata nos meus ouvidos. Devo admitir que alguns trechos daquela melodia soavam agradáveis, provavelmente devido à minha natureza solitária.

Embora tivesse a convicção de que não haveria ninguém me esperando, no fundo sentia que devia usar uma de minhas máscaras. A esperança é uma daquelas crianças bobas que ficam fazendo gracejos para qualquer adulto que passa, buscando atenção, uma careta ou um sorriso.

- E se eu voltasse a dormir? 

Este pensamento me consumia também. Dormir nos ajuda a desligar de tudo. É como morrer por algumas horas, deslizando através de outras dimensões. 

- Hoje é um dia perfeito para a minha máscara de espanto. O terror em face do incognoscível devora minha mente, paralisando minhas ações.

- Melhor colocar a máscara da alegria insana. Assim, quem me encontrar terá a impressão de que estou bem e, com isso, sentirá inveja da minha alegria.


Giuliano Fabrício Miotto Borges de Freitas

Acadêmico Fundador da Cadeira nº32



2 comentários:

Coronel Divino Alves disse...

Bom dia Giuliano! Gosto da forma como escreve! É simples, livre direto!
Eu às vezes, também uso máscaras: Para esconder minha angústia,
Coloco uma máscara,
kumadori que encontrei nos armários do meu ser.
Não quero que ninguém veja por detrás dela.

Anônimo disse...

Gostaria de parabenizar esse nobre guerreiro pela excelente poesia

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