FINALMENTE RESOLVI ME LANÇAR AO MAR

 

Finalmente resolvi me lançar ao mar.

Antes tinha tanto medo das ondas que golpeavam as pedras com sua violência desmedida. No entanto, ao caminhar sob o olhar atento das estrelas, percebi que o mar não era a opção mais medonha.

O HOMEM SOLÍFUGO

Acho que me distraí enquanto caminhava para casa. 

Que diabos de lugar é esse? Então esse é o universo infinito que nos cerca e abraça todo ser que vive? 

Talvez esteja apenas perdido no reino do mestre oneiros.

CARTINHAS DE AMOR

Passou o tempo das cartinhas de amor.

Tempo da cartinha em papel decorado e perfumado,

lacrada em envelope quadriculado nas beiradas,

em verde e amarelo.

Às vezes, uma camada grossa de cola.

Do momento da decisão de fazer a declaração de amor

até o momento em que a cartinha seria lida

havia afeto no encaminhamento.

SILÊNCIO

No grupo virtual, um silêncio profundo

Nenhum emoji, nenhuma palavra, nenhum som

As mensagens ficam perdidas no vácuo.

QUERIA SER POETA

Quisera eu escrever poemas, compartilhar emoções em rimas, em versos.

Meu caminho, no entanto, não foi feito de estrofes.

Não sei expor sentimentos, os guardo a sete chaves.

Não sou de rimas.

Não sou de versos.

BUSCA

 

Tortuosos caminhos percorri,

Vias sem rimas, sem versos, sem eco,

Vida esfarrapada, alma ressequida!

Esperança que se esvai, e eu, sem nexo.

DISTOPIA

Como ponteiro de relógio inerte

Pessoas apressadas passam

Perpetuam na retina imagens

O que olham? Quimeras veladas?