Sob os olhos,
um mundo desfocado.
Névoas tremulam
entre verdades e mentiras.
Sigo entre miragens...
Certo e errado,
faces de uma mesma moeda.
Tédio e rotina
transformam luz em trevas.
O espelho fosco reflete o que quero.
Sigo em minha miopia.
Na angústia do momento,
tranco sentimentos,
jogo as chaves fora.
O medo de sair do casulo
me assola.
O conformismo sufoca.
O desejo de novas veredas
se apaga na penumbra.
Até quando...
Permanecerei assim,
de olhos turvos?
Quando sairei da janela à rua?
Quando viverei minhas impermanências?
Casulo ou borboleta?
É preciso perseverança
para sair à porta da prisão.
O olhar queima como velas,
uma faísca de esperança
a iluminar o caminho.
Tudo é fluxo!
Nada é permanente!
Olhos agora claros.
Voo...!
Deixo à porta a miopia.
Divino Alves de Oliveira - Coronel PM
Acadêmico Fundador da Cadeira nº 20
17 comentários:
Sem palavras! Questionador e inspirador!
Parabéns!!! Deus te abençoe abundantemente!!!! Que a graça e a paz do Senhor Jesus Cristo esteja com você sempre!!!!
Boa tarde perfeito coronel
Texto inteligente…fácil de entender mas difícil de comentar.
Todos nós temos um pouco de cegueira em relação aos nossos problemas…a gente observa os dos outros mas não vemos os nossos.
Parabéns Cel Alves pelo levantamento do tema de forma poética.
Belo texto, parabéns
Muito bom
O repangalejamento de ideias é um eterno explodir de vulcões no campo das artes.
Excelente Comandante, trabalhar com as palavras e conseguir dar um sentido, ainda que questionador!!!
É tão bom descobrir o talento de um poeta brasileiro. Tenho acompanhado as postagens dos poemas de Divino Alves e a cada verso encontro um olhar sensível para a vida, o destino, duvidas e desejos. Parabéns poeta!
Boa noite comandante. Continue escrevendo. A literatura nos proporciona momentos de raro prazer. Parabéns por mais essa bela poesia
Parabéns Senhor Comandante. Muito bela inspiração com arte. Um espelho posto a contemplar nossas almas. Parabéns!
Excelente texto, meu amigo e vizinho
Caro Comandante e Confrade
Seu poema "Desconstruindo Miopias" é um mergulho profundo na introspecção e nas transformações que carregamos dentro de nós. A maneira como você traduz a luta interna entre o conformismo e o desejo de mudança é tocante. As imagens poéticas das "névoas" e do "casulo" são poderosas metáforas para as limitações que nos impomos e, ao mesmo tempo, para a possibilidade de renascimento.
A transição do medo à liberdade, do "espelho fosco" ao "voo," é inspiradora e convida à reflexão sobre como encaramos nossas próprias impermanências. A mensagem de esperança contida na "faísca de esperança" e no olhar que "queima como velas" traz uma energia renovadora.
Parabéns por uma obra que não apenas descreve emoções, mas as faz sentir de maneira tão vívida. Obrigado por compartilhar essa jornada de descoberta e superação. Que sua poesia continue a iluminar caminhos, como as velas que queimam no olhar de quem lê.
Com admiração,
Walber Rufino
Presidente da ALMEP
Ao ilustre acadêmico e escritor Divino Alves, nossas considerações a este belo texto, Desconstruindo Miopias nos impulsiona a uma realidade ignorada por muitos, propiciando a um estado generalizado de confusão e uma dura sensação de vazio. Realmente é preciso perseverança para sair à porta da prisão e iluminar o caminho. Valeu Poeta.
Parabéns mestre , sua obra enriquece o mundo acadêmico militar!
Deixar a miopia na porta é uma boa opção.
Excelente!!
Parabéns irmão, excelente reflexão.
Postar um comentário