quarta-feira, 8 de maio de 2024

DISCURSO DE POSSE NA CADEIRA Nº 24 CORA CORALINA, DA ACADEMIA GOIANA DE LETRAS MILITAR

Excelentíssimo Sr. Coronel José Lemos, na pessoa de quem cumprimento os demais membros desta ilustre mesa.

É com muita honra que hoje assumo a cadeira que me foi destinada desta respeitável Academia de Letras.

Passo a discorrer sobre Cora Coralina, patrona da cadeira que hoje passo honrosamente a ocupar.

Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, nascida aos vinte dias do mês de abril de 1885, poetisa e contista, considerada umas das mais importantes escritoras brasileiras.

Teve seu primeiro livro publicado em junho de 1965, embora tenha começado a escrever poesias e contos quando tinha apenas 14 anos de idade.

Teve pouco acesso à escolaridade, mas desde muito jovemdesenvolveu o gosto pela leitura e  começou a escrever.

Cora Coralina viveu em várias cidades ao longo de sua vida, e o início de sua carreira literária foi marcado por publicações em periódicos diversos.

O seu primeiro livro publicado foi intitulado: Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais.

Em 1979 Carlos Drummond de Andrade publica uma carta no Jornal do Brasil elogiando a escritora, e este fato se torna verdadeiro ponto de virada em sua carreira, conferindo especial atenção à sua obra.

Em 1980, em outro artigo, o escritor novamente a menciona, adenominando “Cora Coralina de Goiás”.

Essas publicações impulsionaram fortemente a carreira da autora, que passa então a receber reconhecimento em âmbito nacional.

Recebeu inúmeros prêmios, dentre eles:

•Em 1980, Consagração Nacional das Mulheres do Brasil;

•Em 1981, Troféu Jaburu – Estado de Goiás;

•Em 1983, Ordem do Mérito do Trabalho, Medalha Anhanguera,

Homenagem do Senado Federal, Título de “Honoris Causa”- UFG;

•Em 1984, Prêmio de Literatura da Associação Paulista de Artes.

Dentre várias de suas célebres palavras, nesta oportunidade destaco algumas:

“Venho do século passado, pertenço a uma geração ponte, entre a libertação dos escravos e o trabalhador livre. Entre a monarquia caída e a república que se instalava. Todo o ranço do passado era presente. A brutalidade, a incompreensão, a ignorância, o carrancismo. Os castigos corporais. Nas casas. Nas escolas. Nos quartéis e nas roças. A criança não tinha vez, os adultos eram sádicos aplicavam castigos humilhantes.”

“A vida é boa. Você pode fazê-la sempre melhor, e o melhor da vida é o trabalho”.

“O que vale na vida não é o ponto de partida, e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher”.

“Recria tua vida, sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça”.

“Nasci em tempos rudes. Aceitei contradições, lutas e pedras como s de vida e delas me  sirvo. Aprendi a viver”.

“Coração é terra onde ninguém vê”. 

Que sua obra seja inspiração para os trabalhos que desenvolveremos nesta Academia.

Agradeço mais uma vez a honraria que me foi conferida e desejo que o trabalho seja profícuo, relevante e estimulador dos talentos que se apresentarão ao longo desta jornada que hoje se inicia.


Goiânia, 30 de abril de 2024

Dra Leila Maria Cunha Prudente 

Acadêmica Fundadora da Cadeira  nº 24

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