domingo, 15 de dezembro de 2024

BUTACO



                                                                              

- Seu Romuaaaaldo!!!!
Gritam da porta da rua do Prata diante do alpendre da casa e de dentro desta
alguém lhe devolvia:
- Romualdo tá pro Quartel, pro Quartel, pro Quartel.
Romualdo tá pro Quartel, pro Quartel, pro Quarteeeel.
Assim ocorria sempre que alguém gritava por meu pai na porta de casa. O
papagaio respondia aprontando a maior gritaria.
Ele só dava o pé para papai. Seu nome era Butaco.
Quando papai chegava do serviço aprontava o maior alvoroço. Subia pela quina
da calça de papai e só sossegava após receber fartos afagos e beijos. Então papai
podia coloca-lo no puleiro. Onde ele destrambelhava em cantoria
Purutaco tataco
Purutaco tataco
Pruuuuuu
Butaco gostava de ficar no portão do alpendre para ver a rua.
Era bem conhecido pelos passantes.
Após aproximadamente uns vinte anos de muita barulheira na casa, um dia sumiu.
Ninguém da casa o mais viu.
Há quem diga que foi roubado.
Há quem diga que foi de bom grado alçar voos em busca de amores.
Há quem diga que gato o carregou .
Butaco simplesmente sumiu e a casa ficou sem cantoria estridente do tagarela.
- Seu Romuaaaaldo!!!
Alguém grita em minha casa através do portão do alpendre da rua do Prata.
O silêncio reina.
Em minha cabeça fica ecoando: Romualdo tá pro Quartel, pro Quartel, pro
Quartel. Prurutaco tataco. Pruuuuuuuu                                                                                                                                                                                                                                                        

Caso prefira ouvir a crônica, clique no vídeo abaixo.

 



 Helena Aparecida Damásio - Coronel PM

Acadêmica Fundadora da Cadeira    58




 

30 comentários:

Coronel Divino Alves disse...

Essa é a beleza da crônica. Rememorar momentos vividos e que deixaram saudades. Parabéns Damasio por não deixar morrer momentos como os descritos na sua crônica, e que falam com tanto carinho do senhor seu pai, o cel Romualdo.

Anônimo disse...

Uma escritora talentosa. Muito bom a crônica. Parabéns

Coronel Ronaldo Soares disse...

Grande Cel Romualdo!
Nosso decano de vila de boa, referência em idealismo e de tantas histórias.
Parabéns mais uma vez, amiga Cel Helena.

Anônimo disse...

Quem leu com voz de papagaio? kkkkk "Romualdo tá pro quarteeeeel!"

Anônimo disse...

👏👏👏👏

Anônimo disse...

👏👏👏👏

Anônimo disse...

Parabéns, você é incrível 😻

Anônimo disse...

Uma senhora escritora ! Filha da maravilhosa cidade da nossa saudosa Cora Coralina ! Parabéns!

Arquivo Spoker disse...

Belas palavras.

Anônimo disse...

Parabéns minha ,. Deus abençoe vcs… ótimas memórias

Anônimo disse...

É isto é verdade era criança e vi muitas vezes esto acontecendo eu me emocionei a lembra desta cena obrigada Helena por me proporcionar esta lembrança Rosa

Di Magalhães disse...

Parabéns! nobre escritora vilaboense, espero que em breve tenhamos um livro com suas crônicas, maravilhosa.

Anônimo disse...

Bonitinha. Você é todos os Dantas moram no meu coração ❤️

Tasso Paiva disse...

Excelente história, grande Cel Romualdo, parabéns Cel Helena Damásio,.me imaginei na casa ouvindo o papagaio, nostalgia total!

Anônimo disse...

Obrigada querido. Bjus no coração

Anônimo disse...

Coronel Helena, seu talento nos leva a sonhar ##

Anônimo disse...

Coronel Helena Damásio! Sempre nos fazendo emocionar rememorando estórias de seu lindo palco da vida! Maravilha! É como se tivéssemos presentes.

Anônimo disse...

Maravilhoso este poema, nos faz recordar e sentir coisas que deixamos para trás.

Anônimo disse...

Parabéns! Pude vivência esses momentos algumas vezes. Foi maravilhoso reviver essas memorias inesquecíveis.

Paulo Jubé disse...

Falar daquilo que você escreve ,daquilo que você sente , daquilo que aconteceu é uma honra comentar.
Podemos procurar este papagaio ,possivelmente não o encontraremos ,mas o tagarela deixou saudades .
A simplicidade dos acontecimentos trazem à tona o trivial, o cristalino, o comum descrito numa forma simples e agradável aos olhos e ao coração,criando uma imagem dos elementos e dos personagens .
Prof. Paulo Jubé

Anônimo disse...

Parabéns Coronel Helena, essas histórias lindas que vão ficar eternas,ou seja ficar na saudades. E a única coisa que deixaremos para os vindouros, linda história

Anônimo disse...

Que delicia doce memória.. Obrigada por compartilhar. Buraco não sumiu está no vosso coração e agora nosso.

Anônimo disse...

Histórias bem contadas se transformam em filmes em nossa mente. Amei conhecer o relato do Putaco, relembrando nosso saudoso coronel Romualdo. Parabéns, Helena, pela inspiração, e que venham novas narrativas . 👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻

Anônimo disse...

Lindo, saudades de um tempo q não volta mas fica na memória.

Anônimo disse...

Cel Romualdo minha memória na polícia militar, agora vem a filha com esse talento

Anônimo disse...

Presenciei esses momentos...saudades.

Anônimo disse...

Helena, Romualdo, Purutaco tataco... A melhor crônica que Helena produziu em todos os tempos, uma obra prima. Ela modelou o texto em pequenos nichos de esconderijos, os quais são denunciados por acaso pela indiscrição dos pirilampos. O universo helenistico é profundo, denso, complexo e maravilhoso. Pobre de quem não possui o tapete mágico dos sultoes para acompanhar Helena em seus voos panorâmicos.

Anônimo disse...

A arte de escrever, realmente é uma "carpintaria", ofício este que não é para todos, como memórias e "fragmentos" do passado, chegam ao presente, na forma desta bela crônica 👏👏👏👏👏parabéns Helena

Anônimo disse...

Parabéns uma escritora maravilhosa esta minha amiga !!

Anônimo disse...

🤣

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