quarta-feira, 14 de agosto de 2024

QUANDO SE MORRE EM VIDA

Eu morri várias vezes na vida;

Morri quando questionei princípios imorais daqueles que se diziam morais;

Morri quando acreditei em pessoas;

Morri por ser desprovida do medo de falar verdades;

Morri por não ter limitado minha vivência em ambientes cruéis e covardes.


Morri quando amei;

Morri quando me dediquei;

Morri quando acreditei;

Morri quando vi que reagir já era tarde;

Morri quando me desmontei.


Morri quando minhas conquistas foram dizimadas por quem achei ser meus aliados; 

Mas morri mesmo, sangrando e de peito aberto, quando a mágoa, em mim, fez morada;

O amargo do rancor me chafurdou.


E, como um sopro, tomei rédeas do que sou;

Revivi;

As marcas viraram passado;

Porque sou o que sou;

Ninguém tem o poder de me matar em vida. 


Para essa reviravolta, o amor.

O amor por mim me ensinou que, para cada vez que morri, a verdadeira morte foi de quem não concebeu quem sou eu.

Porque sou o que sou. 

Sou viva, sem novos episódios de morte em vida.

Porque a minha alegria de ser, minha história da nova vida e minha arte jamais morrerão.


Larissa Oliveira 

Acadêmica Fundadora da Cadeira  nº 08

2 comentários:

Coronel Divino Alves disse...

Belíssimo texto! um eu Lírico à flor da pele. Parabéns!

HelDam disse...

A arte de se amar é o caminho para a liberdade. É o que nos torna belos, invensíveis, insuperáveis, destemidos, extasiantes!!! A fênix sempre retorna das cinzas mais forte e irradiante. Um texto de rompimento de barreiras externas que tentam oprimir o eu que nos habita.

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