segunda-feira, 3 de junho de 2024

DISTOPIA

Como ponteiro de relógio inerte

Pessoas apressadas passam

Perpetuam na retina imagens

O que olham? Quimeras veladas?





Mãos sôfregas,  calejadas

Feridas, reviram lixões

Entre abutres e ratazanas

Buscam migalhas, ilusões


Silenciosas, em suas angústias imersas

Como bússola sem norte, se perdem entre seus ais

Num olhar indigesto nao enxergam

Mãos oprimidas e violadas por demais


Mãos solitárias, abandonadas e esquecidas

Imersas em profunda anomia

Se erguem mendigando compaixão

Não foram notadas, perdidas na multidão


Na incerteza diária do porvir

Seguem sem vida, sem guia

Ignoram mãos que se aninham

Em noite  fria, entre papéis adormecidas

Colchões de um só dia


Diante desta distopia

Cegas à desolação, terminam o caminhar

Em sua escuridão dormem, sem utopia

Conseguirão sonhar?


Divino Alves de Oliveira - Coronel PM

Acadêmico Fundador da Cadeira nº 20

29 comentários:

Anônimo disse...

Alvanius, parabéns, sua poesia vem amadurecendo a cada poema. Um olhar muito crítico sobre as pessoas invisíveis para a maioria de nós. Vemos o catador de lixo, o mendigo, o menor na rua abandonado a própria sorte, mas não temos a menor idéia de seu rosto, pois acostumamo-nos a desviar o olhar para esses tristes seres, como se assim diminuissemos nossa culpa.

Azevedo disse...

Parabéns cmt, nossa realidade, com sonhos de dias melhores.

Coronel Divino Alves disse...

Tks Borges..

Coronel Divino Alves disse...

Tks Azevedo

Cel Edsoncostaaraujo@gmail.com disse...

Parabéns Comandante!! Bela composição retratando a sina dos invisíveis!

Anônimo disse...

Parabéns! 👏🏻👏🏻👏🏻

Anônimo disse...

Parabéns comandante.

Coronel Divino Alves disse...

Uma honra receber um elogio do senhor Comadante!

Anônimo disse...

Mais uma vez meus sinceros parabéns Cel Alves pelo lindo texto poético de sua autoria.
Sua dedicação aliada ao seu talento e sua notável competência, fazem do senhor esse notável poeta.

Coronel Divino Alves disse...

Bom dia Comandante

Segue meu comentário:
Mais uma vez meus sinceros parabéns Cel Alves pelo lindo texto poético de sua autoria.
Sua dedicação aliada ao seu talento e sua notável competência, fazem do senhor esse notável poeta.
Cel Neris

Anônimo disse...

Parabéns !! Cada vez mais refletindo seus versos e seus poemas para entender esse mundo louco !! Marcos Ataíde .

Anônimo disse...

Parabéns ao nobre Coronel Divino Alves pela brilhante explanação, talentoso e dedicado nas minúcias das expressões idiomáticas, todas bem adequadas à identificação do diálogo no título do texto. Abraços

Coronel Divino Alves disse...

Caro Cel Alves,

Seus versos são uma tocante e dolorosa reflexão sobre a realidade de muitos que vivem à margem da sociedade. Através das imagens vívidas e das metáforas poderosas, você capta a essência da luta e da desesperança que permeiam a vida daqueles que, esquecidos e marginalizados, buscam dignidade e compaixão em meio ao caos.

Os "mãos sôfregas, calejadas" e "feridas" são um retrato fiel das agruras enfrentadas diariamente, enquanto a presença de "abutres e ratazanas" sublinha a dureza e a imundície desse cotidiano. A repetição de "mãos" ao longo dos versos reflete a universalidade do sofrimento e da luta por sobrevivência, enquanto a "bússola sem norte" simboliza a perda de direção e a ausência de esperança.

A profundidade da angústia e da solidão é palpável, especialmente quando você menciona mãos "oprimidas e violadas", "solitárias, abandonadas e esquecidas", e "imersas em profunda anomia". O contraste entre as mãos que "se aninham" e aquelas que se perdem "em noite fria, entre papéis adormecidas" reforça a desigualdade e a indiferença da sociedade para com esses indivíduos.

Seu poema culmina com uma poderosa imagem de distopia, onde, mesmo "cegas à desolação", essas mãos terminam seu caminhar "em sua escuridão", questionando se algum dia poderão sonhar. Este é um chamado à empatia, à ação e à mudança, que nos desafia a não ignorar aqueles que, invisíveis para muitos, lutam para sobreviver dia após dia.

Parabéns por este poema profundamente comovente e reflexivo. Que suas palavras continuem a inspirar e despertar a consciência de todos que as lêem.

Com admiração,

Walber Rufino
Presidente da ALMEP

Anônimo disse...

Parabéns irmão.

Anônimo disse...

Parabéns pelo seu talento Cel Alves!

Lita Maria - Vice-presidente da ALCAM-TO disse...

Profunda reflexão, confrade...
Importante e necessária... Continue nos brindando com sua sagacidade...

Coronel Divino Alves disse...

Obrigado Lita! Que continuemos a exalar sentimentos...

Cel Roberto disse...

Parabéns.

Albuquerque disse...

Caro Confrade, amigo e colega da Turma #ASP/1987, Alves,
Ver com tantas minúcias ao seu redor é uma percepção que poucos têm, ainda mais, neste conturbado mundo urbano em que vivemos onde estamos mais preocupados com nossa propria segurança, não "dando fé", do que se passa, nem de quem passa à nossa volta. Sua reflexão nos faz ver um outro mundo que existe ao lado do nosso. Parabéns pela capacidade de ver esta outra face do mundo em que vivemos. Abraço!!!

Coronel Divino Alves disse...

Tks Albuquerque

Anônimo disse...

Parabéns, meu nobre amigo Coronel Divino Alves

Anônimo disse...

Que Poema atual, que descrição forte e palpável. Parabéns Cel Alves. Cada dia uma surpresa culta e prazerosa.!

Cel RR Oliveira disse...

Tive o prazer de ler e saborear seu texto. Em um tempo que, temos tanto "lixo" disponível nas mídias, vc nos traz qualidade, parabéns.

Anônimo disse...

Parabéns Cmt CORONEL ALVES! Muito sábio e sempre nos trazendo um olhar diferenciado de nossa triste realidade...

Ana Carla disse...

Muito bom 👏🏼👏🏼

Anônimo disse...

Muito bom Coronel Alves meus parabéns

Leila Prudente disse...

Parabéns Cel Alves! Brindando-nos com seus belos versos! O domingo ficou mais bonito!Obrigada!

Rachel Azeredo disse...

Cel. Alves, penso demais nos invisíveis e mais ainda nos que se acham “visíveis” e “superiores”. Como um ser humano se nega a ver o outro, seja por uma busca de suposta segurança, seja por sentimentos piores. Quem não vê a dor do desvalido, do esquálido, do menos favorecido é o que também não dá bom dia ou um olhar generoso ao motorista que a serve diariamente, ao porteiro do condomínio ou a qualquer trabalhador que a ele serve em um restaurante estrelado. São os pobres de espírito, desprovidos de empatia, que desconhecem a diferença básica entre Ser e Ter. É mais que uma distopia. É a total ausência de sentimentos reais.

Anônimo disse...

Depois de muito tentar
E já angustiado,
Seu link Consegui abrir
E agora independente da estação e depois de refletir,
Me atrevo comentar.
Grande Cel Alves, parabéns pela nova obra. Não sei se você quer nos chamar a atenção ou se faz uma análise da conjuntura social atual,
ou se as duas coisas . Certo é que atinge seu objetivo independente de qual seja.
Grande abraço
Ass Sílvio Brasil

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